domingo, 16 de janeiro de 2011

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

              Acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral, refere-se a um dano sofrido pelas artérias que irrigam o cérebro, ocasionando uma lesão ás áreas irrigadas por essas artérias.
Existem dois grandes grupos de acidentes vasculares cerebrais: os isquêmicos e os hemorrágicos.
Acidente Vascular Isquêmico: consiste na oclusão de um vaso sangüíneo que interrompe o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro, interferindo com as funções neurológicas dependentes daquela região afetada. Corresponde a aproximadamente 80 % dos casos de AVC.
Acidente Vascular Hemorrágico: existe hemorragia (sangramento) local, com outros fatores complicadores tais como aumento da pressão intracraniana, edema (inchaço) cerebral, entre outros. Em torno de 20% dos acidentes vasculares cerebrais são hemorrágicos. De modo geral, as seqüelas provenientes dos AVC hemorrágicos são mais graves, em virtude da ampla área afetada devido ao sangramento.
                Como cada área do cérebro coordena determinada função do organismo, os sintomas provocados pelo AVC são muito variáveis. Vão desde alterações motoras evidentes (perda da movimentação de partes do corpo), até alterações cognitivas e da memória, da visão e da audição muito sutis que podem até passar despercebidas pelo paciente ou por quem está perto dele. No entanto, os sintomas se instalam sempre abruptamente, podem regredir ou mesmo desaparecer depois de algum tempo, dependendo de cada caso em particular, bem como da reabilitação que é realizada.

FATORES DE RISCO PARA O AVC
Quase toda a prevenção do AVC é baseada no combate aos fatores de risco. Existem muitos, dentre esses, os principais são:
Hipertensão Arterial ou pressão alta: poder levar a uma ruptura de um vaso sangüíneo ou a uma isquemia.
Doenças Cardíacas: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, podem determinar um AVC. Se o coração não funciona corretamente, pode ocorrer uma uma dificuldade para o sangue alcançar cérebro, além dos outros órgãos, podendo levara uma isquemia. As principais situações em qúe isto pode ocorrer são: arritmias, infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas etc.
Colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras animais; ele é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação do LDL (colesterol “ruim”, presente nas gorduras de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração HDL (colesterol “bom”) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose (placas de gordura dentro das artérias).
Tabagismo: sempre devemos evitá-lo. Acelera o processo de aterosclerose, torna o sangue mais concentrado ao longo dos anos, aumentando o risco de hipertensão arterial

Alcoolismo: quando isso ocorre por muito tempo, os níveis de colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.
Diabetes Mellitus: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está elevado. Está diretamente relacionada a hipertensão arterial. Diabetes Mellitus quando não está controlada pode elevar a pressão arterial, potencializando o risco de AVC.
Idade: com o avançar da idade, maior é o desgaste que o nosso organismo acumulou durante a vida. E isso inclui a conservação dos vasos sanguíneos (veias e artérias), força de contração do coração, dentre outros fatores. Mesmo assim, nada impede que uma pessoa jovem possa ter.
História de doença vascular anterior: pessoas que já tiveram AVC, infarto do miocárdio (coração) ou doença vascular de membros (Trombose etc.), tem maior probabilidade de ter um AVC novamente devido a uma maior suscetibilidade em doenças vasculares. Por isso o correto acompanhamento mesmo após alguma doença vascular anterior é imprescindível.
Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose; assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.
Sedentarismo: a falta de atividades físicas leva à obesidade, predispondo ao diabetes, à hipertensão e o aumento do colesterol.
Todos esses fatores de risco estão diretamente interligados. A prevenção de um AVC está diretamente relacionada a prevenção dos fatores de risco, bem como acompanhamento médico regularmente caso possua alguns desses fatores de risco, bem como  casos de AVC na família.

SINTOMAS
O AVC manifesta-se de modo diferente em cada paciente, pois depende da área do cérebro atingida, do tamanho da área atingida, do tipo (Isquêmico ou Hemorrágico), do estado geral do paciente, etc.
De maneira geral, a principal característica é a rapidez com que aparece as alterações; em questão de segundos a horas (de maneira abrupta ou rapidamente progressiva). Podemos chamar a atenção para aquelas mais comuns:
·         Fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado do corpo, com dificuldade para se movimentar ou mesmo em paralisia de um lado da face;
·         Alteração da linguagem, passando a falar com dificuldade ou sem conseguir se expressar, ou ainda sem conseguir entender o que lhe é dito;
·         Perda de visão de um olho, ou parte do campo visual de ambos os olhos;
·         Convulsões;
·         Dor de cabeça súbita, podendo estar seguida de vômitos, sonolência ou coma; perda de memória, confusão mental e dificuldades para executar tarefas habituais (de início rápido).
Estas alterações não são exclusivas do AVC. Apenas servem de alerta de que algo está acontecendo, devendo procurar auxílio médico imediatamente.

DIAGNÓSTICO
O correto diagnóstico de AVC é baseado em avaliações clínicas, exames laboratoriais, exames de imagem, exames vasculares, dentre outros. O importante é que o paciente seja levado ao serviço médico mais próximo, para correto diagnóstico.
Sendo que, quanto mais rápido for o atendimento e a reabilitação, possivelmente menor será seqüela.

TRATAMENTO
De maneira geral, existem três estágios de tratamento do acidente vascular cerebral: tratamento preventivo, tratamento do acidente vascular cerebral agudo e o tratamento de reabilitação pós-acidente vascular cerebral.
Tratamento preventivo:  inclui a identificação e controle dos fatores de risco.
Tratamento do acidente vascular cerebral agudo: inicialmente consiste na identificação do tipo de AVC (isquêmico ou hemorrágico), após isso, o tratamento é direcionado para as particularidades de cada caso, medicamentos, procedimentos e condutas específicos para cada paciente.
Reabilitação pós-acidente vascular cerebral: Hoje sabemos que outras áreas do cérebro, não afetadas por uma lesão, podem assumir determinadas funções realizadas por aquelas que foram lesionadas e ainda podem ocorrer regenerações de algumas pequenas partes. A este conjunto de fenômenos chamamos de neuroplasticidade.

A Importância da Fisioterapia no AVC
            A presença do Fisioterapeuta junto ao paciente vítima de AVC é fundamental, por mais que o paciente ainda esteja internado em UTI (unidade de terapia intensiva), desde que o mesmo já esteja estabilizado. A fisioterapia destina-se a minimizar as seqüelas decorrentes do AVC e recuperar o máximo possível das funções perdidas, estimulando assim, a neuroplasticidade.
Além do que a quantidade de sessões de fisioterapia, mais importante é a qualidade da realização destas sessões. Um tratamento mais específico, focado na prevenção de deformidades e restauração das habilidades perdidas, que são necessárias para a realização de atividades básicas da vida diária estão em primeiro plano.
            E sempre é válido lembrar, que a reabilitação bem-sucedida depende não somente das sessões de terapia, mas também do que acontece ao paciente durante as horas restantes do dia e da noite.
Por melhor realizada que seja a terapia, se durante o resto do tempo o paciente se movimentar com padrões anormais de movimento, as seqüelas aumentarão e a maior parte do que ele recuperar será perdida e não será incorporada para sua reabilitação.
É mais satisfatório e mais fácil para todos os envolvidos que o conceito de reabilitação precoce seja adotado logo após o AVC. Entretanto, o paciente que chegar na fase tardia também poderá alcançar o que foi perdido, porém, exigirá mais tempo porque simplesmente terá outros hábitos estabelecidos, dos quais podem ser difíceis de mudar (como sentar, levantar ou pegar um copo).
A neuroplasticidade é essencial para a reabilitação de paciente portadores de AVC. Baseado nisso, recomendamos sempre a terapia com profissionais especializados em Neurologia ou Conceito Neruroevolutivo Bobath.
Fonte:




14 comentários:

  1. Gostei do seu blog!! Vou te seguir!
    Abraços

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  2. Sou estudante de fisioterapia. Depois que entrei no seu blog. Fiquei ainda mais apaixonada pela reabilitação neurológica. Abços

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  3. Sofri atropelo a dois anos,logo após um AVCI.Tenho sequela no MSE.Faço fisio todos os dias.Sinto melhoras,peço a Deus q logo possa fazer as tarefas do dia a dia.Meu fisio (Carlos Araújo)tem ajudado muito.É muito cuidadoso,paciente,excelente profissional.Estou muito confiante.Tenho54 anos,ex-fumante e bebia socialmente todo fim de semana. Estou ótima...

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  4. parabéns pelo seu blog, pois é muito endereçante e ajudou-me bastante em minha pesquisa escolar.
    obrigado.

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  5. parabéns gostei muito,bem explicativo.ajudou clarear para prova de neuro que teri.obrigada.Daiane

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  6. Bom dia,

    O dificil é conseguir um bom profissional, atraves de planos de saude.
    Moro em Fortaleza e neste último ano já fui a quatro fisioterapeuta.
    Trabalham por produção e não executam o serviço como deveriams.
    Fernando Almeida

    fernandoalmeidas@bol.com.br

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    1. Bom dia Fernando!
      Infelizmente isso é uma realidade para muitos profissionais!
      A saúde pública de nosso país está na UTI... E os planos de saúde exploram o trabalho dos profissionais! Acredito que tenhas que procurar um profissional diferenciado!!
      Obrigado e sucesso na sua reabilitação!!
      Um abraço

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  7. Boa tarde, gostaria de saber se 3 sessões semanais de fisio são suficientes para uma paciente que sofreu hidrocefalia e ficou acamada por aproximadamente 60 dias. O ideal seria intensificar? É possível recuperar todos os movimentos através da fisioterapia? Agradeço muito sua atenção.

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    1. Bom dia!
      Tudo irá depender de cada caso, de cada particularidade que envolve o paciente. Não existem exercícios prontos ou condutas padronizadas. Eu não posso lhe responder essas perguntas pois seria necessário que essa pessoa fosse avaliada. Sugiro que você procure um fisioterapeuta especialista em Conceito Bobath ou Fisioterapia Neurofuncional. Boa sorte!!

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