sexta-feira, 18 de novembro de 2011

FISIOTERAPIA INTENSIVA E PEDIASUIT

A APAE de Blumenau realizou de 12 a 15 de novembro o Curso Teórico e Prático do Método de Fisioterapia Intensiva e Pediasuit criado por Leonardo de Oliveira da Therapies4kids da Flórida – Estados Unidos, com o intuito de implantar o método e oferecer o tratamento à pacientes com disfunções neurológicas (paralisia cerebral, atraso do desenvolvimento motor, síndromes, etc.).
Baseado num programa espacial da Rússia, da década de 70, desenvolvido para a reabilitação de astronautas, o Pediasuit é uma vestimenta ortopédica macia e dinâmica que consiste em chapéu, colete, calção, joelheiras e calçados adaptados interligados por bandas elásticas que visam criar uma unidade de suporte para alinhar o corpo o mais próximo do normal possível. O uso desta vestimenta combinada ao protocolo de terapia intensiva é a chave para estimular o crescimento e desenvolvimento de cada criança. Outra ferramenta importante nessa terapia é a Ability Exercise Unit (AEU) ou gaiola de habilidades usada para treinar a criança para adquirir a capacidade de isolar os movimentos desejados e fortalecer os grupos musculares responsáveis por esse movimento.
Trata-se de uma terapia ideal para acelerar o progresso nas habilidades de desenvolvimento funcional.
O curso, aberto a fisioterapeutas de outras APAEs do país foi um sucesso e habilitou 11 profissionais, sendo 3 da APAE de Blumenau a aplicarem o método.
A APAE de Blumenau, com mais essa inovação, espera proporcionar mais qualidade aos atendimentos de fisioterapia dos nossos alunos, que com certeza terão ganhos maiores em relação aos já alcançados, pela fisioterapia convencional.








Fisioterapeutas APAE de Blumenau







Fonte: APAE DE BLUMENAU


Sugestão de Links: Therapies 4 Kids 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mantenha seu (sua) Filho(a) Seguro(a)

A cada cinco minutos, uma criança é vítima de acidente. 

Para ajudar a reduzir esta estatística, o Inmetro lança guia com orientações aos pais.

Acidentes com crianças representam 16% dos total registrado, conforme dados do Sistema de Monitoramento de Acidentes de Consumo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Todos os anos, no Brasil, mais de 100 mil crianças são hospitalizadas e 5 mil morrem devido a acidentes domésticos e/ou ocorridos em situação de rotina.

Uma boa notícia: estudos mostram que a maioria desses acidentes poderia ser evitada com ações de prevenção. Pensando nisso, o Inmetro, em parceria com a ONG Criança Segura, lançou a cartilha Segurança Infantil. A seguir, reproduzimos algumas das principais dicas de segurança passadas na cartilha. Ela pode ser acessada, na íntegra, no site www.inmetro.gov.br.

Cuidados essenciais

Tomadas

- Para evitar choques elétricos, cubra todas as tomadas que não estão em uso e não permita fios desencapados.

Móveis
- Mantenha os móveis longe de janelas e cortinas, para evitar quedas. Cuidado com quinas pontiagudas.

Janelas e varanda
- Instale grades ou redes de segurança em suas janelas e sacadas. Faça inspeções periódicas da tela e do sistema de fixação.

Cozinha
- Cuidado com objetos de vidro, cerâmicas e facas. Mantenha objetos cortantes bem guardados.

Fogão
- Use preferencialmente as bocas de trás do fogão. Mantenha sempre panelas quentes longe do alcance de crianças e com o cabo virado para dentro do fogão.

Mesa
- Não utilize toalhas por baixo de recipientes com alimentos e líquidos quentes, pois a criança pode puxar a toalha e derrubar o conteúdo sobre ela.

Vaso sanitário
- As crianças, especialmente as mais novas, podem se afogar em apenas 2,5 centímetros de água. Mantenha a tampa do vaso fechada e travada.

Produtos inflamáveis
- Mantenha fósforos, isqueiros e álcool fora do alcance das crianças. Fósforos e embalagens para álcool são certificados com base em Programas do Inmetro.

Armário
- Mantenha utensílios afiados, medicamentos, produtos de higiene e outros que ofereçam perigo de intoxicação fora do alcance de crianças e em armários trancados.

Baldes
- Esvazie todos os baldes e bacias e guarde-os virados para baixo.

Sacos plásticos
- Para evitar riscos de sufocação, mantenha sacos plásticos longe de crianças.

Piscina
- Crianças devem ser sempre supervisionadas por um adulto, quando próximas de uma piscina. Instale cercas de isolamento em todos os lados da piscina, com no mínimo 1,5 metro de altura, equipadas com portões e travas. No caso de piscina infantil, esvazie-a imediatamente após o uso. Ela deve ser guardada virada para baixo e fora do alcance das crianças.


Matéria publicada no Jornal de Santa Catarina - 07/11/2011

LINKS RELACIONADOS:

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

SEMANA NACIONAL DE COMBATE AO AVC

O Acidente Vascular Cerebral, também conhecido por derrame cerebral, é o problema de saúde que mais causa mortes no Brasil e também no Distrito Federal. Quando uma pessoa está tendo um AVC, um vaso sangüíneo do cérebro esta sendo obstruído ou rompido naquele momento, e uma parte do cérebro está por ser destruída.


No ano de 2006, a Organização Mundial da Saúde e a Federação Mundial de Neurologia proclamaram o dia 29 de outubro como dia mundial do AVC, com a missão de provocar engajamento dos profissionais de saúde e do público em geral na luta pela melhora das condições de tratamento e prevenção da doença. 
Nessa luta contra o AVC, seu papel é muito maior do que você imagina!
O AVC é mais comum entre as entre as pessoas que têm hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, doenças do coração e naqueles sedentários, que fumam e usam muito álcool. Calcula-se que o indivíduo que identifica e trata um desses fatores de risco reduz seu risco de AVC pela metade. Mais importante ainda é o fato que esse mesmo indivíduo que adota hábitos de vida saudáveis é capaz de influenciar as pessoas ao seu redor a assumirem também esses bons hábitos. Saúde é mesmo contagiante!
O acidente vascular cerebral é uma catástrofe que
tem tratamento e também pode ser prevenida 
Como identificar um AVC?
Toda vez que ocorrer algum destes sintomas, de forma REPENTINA:              
  • Fraqueza de um lado do corpo
  • Dormência de um lado do corpo
  • Dificuldade visual
  • Dificuldade para falar
  • Dor de cabeça muito forte nunca antes sentida
  • Incapacidade de se manter em pé
O que fazer diante de um sintoma suspeito?
Procurar imediatamente um serviço médico especializado, pois o tratamento na maioria das vezes só tem efeito se realizado nas primeiras horas após o início dos sintomas.
O tratamento precoce aumenta a chance de preservar aparte do cérebro que está para ser destruída, diminuindo assim as seqüelas tão temidas como paralisia e perda da fala, assim como o risco de morte.
O que fazer para evitar o AVC e outras doenças vasculares?
  • Prática de exercícios regulares;
  • Alimentação balanceada evitando o consumo excessivo de alimentos de origem animal (ex. carnes, ovos, leites e derivados);
  • Não fumar;
  • Evitar o excesso de álcool e o estresse;
  • Se tiver mais de 40 anos: realizar pelo menos uma vez por ano controle de pressão arterial, dosagem de glicose e colesterol no sangue;
  • Se tiver diagnóstico de hipertensão arterial, diabetes ou colesterol alto, ou qualquer doença do coração: acompanhamento médico freqüente para controle rígido destas condições.
                    
                    


FONTE: http://consciencianodiaadia.com/2009/10/13/dia-mundial-do-avc-%E2%80%93-29-de-outubro-essa-e-uma-campanha-que-cada-um-de-nos-tem-muito-a-ajudar/



segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Recebi por email e estou repassando: 


SARAH RIO - cadastro para atendimento.
Centro Internacional SARAH de Neurorreabilitação e Neurociências
Sarah
O HOSPITAL SARAH RIO, especializado em neuroreabilitação, inaugurado no dia 01 de maio de 2009, na Barra da Tijuca,  já está cadastrando para atendimento, novos pacientes adultos e crianças com as seguintes patologias listadas abaixo, dentre outras:
·    Paralisia cerebral 
·         Crianças com atraso do desenvolvimento motor
·         Sequela de traumatismo craniano 
·         Sequela de AVC 
·         Sequelas de hipóxia cerebral 
·         Má-formação cerebral 
·         Sequela de traumatismo medular 
·         Doenças medulares não traumáticas como mielites e mielopatias 
·         Doenças neuromusculares como miopatias, neuropatias periféricas hereditárias e adquiridas, amiotrofia espinhal 
·         Doença de Parkinson e Parkinsonismo 
·         Ataxias 
·         Doença de Alzeihmer e demências em estágio inicial 
·         Esclerose múltipla 
·         Esclerose lateral amiotrófica em estágio inicial 
·         Mielomeningocele 
·         Espinha bífida 
·         Paralisia facial
O atendimento é totalmente gratuito.
O cadastro para atendimento de novos pacientes é feito exclusivamente pelos telefones:   21 3543-7600  21 3543-7600    21 3543-7600  21 3543-7600 e 21 3543-7601/2, das 08 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. 
http://www.sarah.br/
Endereço: 
Embaixador Abelardo Bueno, nº 1.500 

Barra da Tijuca 

22775-040 - Rio de Janeiro - RJ
 

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

USO DE ANDADOR PARA CRIANÇAS. Certo ou Errado?


Ainda nos dias de hoje, existem muitas opiniões a respeito do uso de andadores para bebês e crianças. Abaixo, vou publicar alguns artigos interessantes:




Crianças podem usar andadores?
O grande erro dos pais – em seu total desconhecimento - é achar que o andador ajudará a criança a começar a andar. Isso não é verdade. O andador traz prejuízos no desenvolvimento neuro-psico-motor do bebê.

Por que será que não é bom?
Os motivos são diversos. Vejamos alguns:

1. A criança desde o nascimento passa por etapas do desenvolvimento em que cada fase serve de base para a próxima. Primeiro sustenta a cabeça, depois rola o corpo para os dois lados, arrasta-se de barriga para baixo, senta-se com apoio, depois sem apoio, engatinha (alguns não passam por esta etapa – ver: http://gustavofisio.blogspot.com/2011/02/meu-minha-filhoa-nao-engatinha-ou-nao.html), ficam em pé para então iniciar os primeiros passos.

2. Em todo desenvolvimento motor a criança explora o ambiente e os objetos à sua volta, desenvolvendo paralelamente o aspecto neurológico. O bebê irá interagir com os objetos a sua volta, irá  observar as ações dos adultos e imitá-los.

3. O andador força a criança a saltar várias destas etapas essenciais para o seu desenvolvimento. Impede a criança experimentar as quedas naturais do início da aprendizagem de andar, assim, a aquisição do equilíbrio é limitado e pode ainda deformar a estrutura óssea da perna.

4. Por saltar etapas, o andador atrasa o início da marcha. Se o bebê é pequeno para o andador, usará somente as pontas dos pés para movimentar-se, o que poderá causar alguns problemas ósseos, musculares e tendinosos, além do atraso da marcha, dentre outros.

5. Falsa liberdade - A sensação de liberdade que o andador oferece é ilusão. O andador não deixa a criança explorar adequadamente o espaço em que está. Um simples objeto no chão que desperte a atenção do bebê passa a tornar-se algo inalcançável para o pequeno, pois o andador não oferece condições para que ele chegue à peça.

6. O bebê que não usa o andador poderá sentar-se no chão, engatinhar ou apoiar-se nos móveis até chegar ao objeto desejado. Lembre-se: enquanto manuseia objetos e brinquedos, o bebê está desenvolvendo suas capacidades motoras e cognitivas.

7. Os acidentes que podem provocar graves lesões nas crianças são outro problema relacionado ao uso do andador. Os acidentes mais comuns são as quedas quando as crianças usam os pés para se impulsionarem para trás e batem com a cabeça, e ainda as quedas em degraus.

De tão prejudiciais e perigosos para as crianças, a venda de andadores em países como o Canadá já é proibida desde 2004.

9. Dados britânicos também mostram que o andador é o equipamento infantil que mais provoca acidentes e lesões, em especial devido à velocidade que os bebês podem atingir.

A maioria dos acidentes acontece quando o bebê se choca em alguma coisa, encontra um degrau ou um obstáculo e o andador vira. Um simples sapato ou brinquedo no meio do chão já pode causar esse tipo de acidente. Em geral, a primeira parte do corpo do bebê a ser atingida em um acidente com andador é a cabeça, podendo haver traumatismos cranianos de diversas proporções - desde leves, sem conseqüências, até bem mais graves e, em casos extremos, fatais.

10. Outro perigo é a falsa sensação de segurança que o andador transmite a quem está tomando conta da criança. Como ela está presa no andador, as pessoas tendem a deixá-la por mais tempo sozinha, quando na verdade deveria acontecer justamente o contrário. O bebê provavelmente fica mais seguro se está no chão, desde que o ambiente tenha sido preparado para ele.

11. Os estímulos proporcionados pelo andador são inadequados quando comparados com aqueles mais instintivos dados pelos pais que acompanham a criança nos seus primeiros passos.

12. Algumas crianças que utilizam andador por muito tempo tornam-se mais inseguras no momento em que precisam andar sem qualquer apoio, demorando mais tempo ainda para poder andar sozinhas.

Se você quiser mesmo usar um andador, leve em conta que eles só são adequados para bebês de mais de 9 meses, que já sentem e engatinhem, e que a criança deve ficar sob vigilância máxima quando estiver nele. Além disso, o tempo de uso precisa ser limitado.

Melhor mesmo é deixar o bebê explorar e se divertir no chão. 




TEXTO PUBLICADO NO SITE DA SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO 

O mito dos andadores

O andador consiste numa base com rodas que suporta uma armação rígida que apóia um assento com aberturas para as pernas e geralmente possui uma bandeja plástica.
Os pais acreditam que, ao usar o andador, a criança estará segura e alegam várias razões para seu uso, como: manter a criança quieta e feliz, encorajar mobilidade, estimular a marcha, fazer exercícios e contê-la enquanto está se alimentando.
Andadores são perigosos! Mesmo com supervisão, a maioria dos acidentes acontece enquanto um adulto está cuidando da criança.
O exemplo do Canadá deveria ser seguido, onde a venda está proibida desde abril de 2004.
A maioria dos modelos disponíveis no mercado possui rodas pequenas, bordas cortantes ou arestas afiadas. 

O que pode acontecer de errado do ponto de vista físico:
1.    A criança pode virar o andador para trás, quando apóia os pés no chão e impulsiona o corpo para trás, e bater a cabeça no chão ou na parede;
2.    A criança pode apoiar os pés no chão de maneira inadequada, dobrando o dorso dos pés para trás, correndo o risco de provocar lesões nos dedos dos pés e na região do tornozelo.

Acidentes que podem acontecer com a criança no andador:
1.    fraturas e traumatismos cranianos, ao rolar uma escada para baixo;
2.    queimaduras e ferimentos cortantes, por conseguir alcançar alturas mais elevadas, pegar um copo, um talher em cima da mesa ou panelas no fogão;
3.    afogamento, ao cair numa piscina, banheira ou balde;
4.    envenenamentos, devido ao acesso aumentado a produtos químicos e de uso domiciliar.
A maioria dos acidentes mais graves decorre de quedas em escadas, degraus e desníveis de piso.

RECOMENDAÇÕES:
1.    aquisição de andadores não é recomendada, por representar risco de lesões graves em crianças pequenas e por não haver benefício algum em seu uso;
2.    Modificações na estrutura dos andadores para prevenir quedas de escadas (mais largos do que a passagem das portas ou mecanismo de freio para parar quando uma ou mais rodas inclinam-se para baixo) tornam seu custo mais alto e não são eficientes em prevenir os acidentes;
3.    Mecanismos de proteção de escadas, como portões em cima e em baixo não costumam prevenir as quedas;
4.    Creches, escolinhas e hospitais não devem permitir o uso de andadores;
5.    Centros de atividades infantis disponíveis no mercado, onde a criança pode saltar, girar e virar, eliminam o risco de quedas de escada e são mais seguros que os andadores;
6.    Todos aqueles que possuem andadores deveriam ser encorajadas a levá-los a locais onde seriam destruídos e seus materiais reciclados.
“MANTENHA SEU FILHO SEGURO... JOGUE FORA O ANDADOR”

Relatora: Dra. Renata Dejtiar Waksman
Vice-presidente do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da SPSP – gestão 2007-2009; Coordenadora do Núcleo de Estudos da Violência contra a Criança e o Adolescente da SPSP; Pediatra do Departamento Materno-Infantil do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP.

Texto original divulgado em 2005.
Texto atualizado em 16/08/2007.


SUGESTÕES:

           Se realmente você deseja presentear, estimular ou mesmo ver a alegria de seu (sua) filho (a) com um novo brinquedo, eu sugiro um outro tipo de andardor,  no qual a criança empurra o equipamento (como um carrinho), e não fica "presa", sentada nele.  
      Este equipamento irá estimular o equilíbrio, fortalecer a musculatura de tronco, melhora as reações de proteção, evitando que a criança fique "dependente" fisicamente do andador, ou tenha acidentes, alterações musculares, ósseas e tendinosas (dentre outras complicações já citadas), pois com esse andador de empurrar a criança pode variar suas posturas, ficando em pé, pode largar o andador e abaixar-se para pegar algum objeto no chão, voltar a segurar no andador e se locomover, estimulando toda a sua psicomotrcidade.
























terça-feira, 26 de julho de 2011

LENDAS DA FISIOTERAPIA: Exercício de apertar a bolinha após um A.V.C.(derrame)




Olá pessoal,
Encontrei um texto muito interessante, no Blog de um colega fisioterapeuta e decidi postar aqui neste espaço, com a devida autorização do mesmo. 

Trata-se de uma das mais famosas "lendas" da fisioterapia: As bolinhas de apertar, visando recuperação após um AVC (derrame).

Como tudo começou: 
Há muito, muito tempo atrás, Lima Duarte interpretou um personagem chamado Dom Lázaro Venturini na novela Meu Bem, Meu Mal da Rede Globo. Em determinado momento da trama este personagem sofre um AVC, e ao longo dos capítulos seguintes, o seu processo de reabilitação se resumia aos cuidados prestados pela Dona Catifunda e aos exercícios de apertar uma bolinha macia.
Como podemos ver na reportagem abaixo, o mais fantástico nisso tudo é que de tanto apertar a bendita bolinha, Dom Lázaro voltou a ouvir, se movimentar e falar. Só não terminou a novela fazendo malabarismos na corda bamba porque o Lima Duarte tem medo de altura.
Infelizmente esta novela contribuiu na divulgação da falsa idéia de que uma pessoa com AVC deve ficar apertando bolinhas para recuperar os movimentos.


Agora falando sério:
O grande problema de se entregar uma bolinha para uma pessoa que sofreu AVC ficar apertando é que este não é um exercício inofensivo. O AVC manifesta-se frequentemente por alterações do tônus e do controle motor voluntário. Nos membros superiores predomina o chamado padrão ou sinergia flexora, caracterizado por hipertonia dos principais grupamentos flexores gerando uma postura em adução e rotação interna do ombro, flexão do cotovelo, pronação do antebraço e flexão dos dedos.
De modo geral, este padrão permite ao paciente um certo controle sobre os músculos flexores (tanto que eles conseguem apertar a bolinha) porém existe grande dificuldade para conseguir abrir a mão, seja devido a espasticidade agindo como antagonista ao movimento extensor, seja por incapacidade de ativação dos músculos extensores.
Em ambos os casos, o fortalecimento dos músculos flexores de punho e dedos não contribui em nada para a recuperação do controle dos movimentos da mão. Na verdade, estes exercícios podem aumentar ainda mais a espasticidade e resultar em encurtamento muscular e deformidade da mão, dificultando a higiene, o posicionamento e a recuperação dos movimentos.

Portanto, o fato de se apertar uma bolinha com o intuito de recuperar movimentos de uma pessoa com sequela  AVC (derrame), na verdade trata-se de uma LENDA. Neste caso, ao invés de ajudar, acaba por agravar ainda mais a situação!

Créditos: 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

TRAUMA RAQUIMEDULAR (TRM)

             Definição:
Trauma ou traumatismo é toda e qualquer lesão de extensão, intensidade e gravidade variáveis, que pode ser produzida por agentes diversos (no nosso caso mais especificamente agentes físicos e não químicos), de forma intencional ou acidental. O trauma raquimedular é aquele que acomete a coluna vertebral e seu conteúdo: a medula espinhal e as raízes nervosas. O quadro pode variar desde uma simples cervicalgia (dor no pescoço) até um tetraplegia (paralisia dos quatro membros) e morte.

Significado do termo:
          O termo raquimedular é uma fusão de duas palavras de origens distintas: raqui ou raque do grego ráchis significa coluna vertebral e medula do latim medulla significa, literalmente, o que está contido no meio ou miolo. Deve-se ressaltar que a medula aqui citada é a medula espinhal ou medula nervosa. Esta não deve ser confundida com medula óssea, que ficou popularmente conhecida pelo transplante de medula realizado no tratamento de alguns tipos de leucemias.
Não só os seres humanos, mas todos os vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos) possuem coluna vertebral e medula espinhal. Na verdade a coluna vertebral é o eixo de sustentação desses seres vivos. Além disso, funciona como um arcabouço ósseo e serve de proteção para a medula espinhal. Comparativamente, a coluna vertebral está para a medula espinhal assim como o crânio está para o cérebro. A coluna vertebral dos seres humanos é composta por 32 vértebras - sete cervicais, 12 torácicas, cinco lombares, cinco sacras e três coccígeas .
A coluna se inicia logo abaixo do crânio e se estende até e entre os ossos da pelve (bacia), portanto qualquer trauma que acometa essa região constitui um traumatismo raquimedular.

 Principais causas:
          Os traumatismos decorrentes de acidentes com veículos motorizados (incluindo motocicletas) são a causa mais freqüente de TRM (50%). A seguir, em ordem decrescente de freqüência temos quedas (20%), lesões esportivas (15%), agressões (aproximadamente 12%) e outras (3%). Com a introdução de medidas mais efetivas na prevenção de acidentes no trânsito, fabricação de carros mais seguros e principalmente conscientização da população, a cada dia temos observado uma menor incidência desse tipo de causa, em todo o mundo.
        Nas lesões por queda, uma forma muito especial que deve ser enfatizada é o acidente por mergulho em águas rasas. Esse tipo de traumatismo é mais comum no verão e é um espécie grave de traumatismo porque atinge, geralmente, porções altas da coluna cervical. Nos Estados Unidos existe até uma campanha para combater esse tipo de acidente, chamada Feet first (literalmente "primeiro os pés!"). Realmente, se pessoas que se acidentaram tivessem mergulhado de pé, o mais grave que poderia ter ocorrido seria uma fratura nos pés ou nas pernas.

                      Como é feito o diagnóstico
          Nos casos de trauma fechado, ou seja, onde não houve nenhum tipo de lesão penetrante e o paciente não possui nenhum déficit neurológico, o diagnóstico dificilmente é estabelecido. Esse é um dado bastante importante, pois todo o indivíduo politraumatizado é um candidato a ter TRM até que se prove o contrário.
     É muito importante saber nessa fase qual foi o mecanismo do trauma, isto é, como o indivíduo se machucou, como foi encontrado, se estava consciente, se era capaz de mobilizar os membros, se queixou de dor ou dormência, etc. Então, após uma história colhida de maneira correta, o exame neurológico detalhado deverá ser realizado.
     Após o exame clínico, exames complementares deverão ser realizados. A radiografia simples da coluna, apesar de como o próprio nome diz ser simples e barata constitui um dos exames mais fundamentais para pacientes com TRM.
      Outras alternativas são a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância nuclear magnética (RNM).
          
            Avaliação Neurológica
            A American Spinal Injury Association (ASIA) e a International Medical Society of Paraplegia (IMSOP) estabeleceram juntamente um padrão para se avaliar a gravidade da lesão medular, estabelecendo padrões de atendimentos nos grandes centros de trauma. Esta escala consiste nas avaliações das transecções medulares a serem classificadas:
a) Completa: nenhuma função motora ou sensitiva esta preservada nos segmentos sacros S4 e S5.
b) Incompleta: a função sensitiva, mas não motora, esta preservada abaixo do nível neurológico e se estende até os segmentos sacros S4 e S5.
c) Incompleta: a função motora esta preservada abaixo dos níveis neurológicos e a maioria dos músculos importantes abaixo do nível neurológico tem uma gradação muscular menor que 3.
d) Incompleta: a função motora esta preservada abaixo do nível neurológico e a maioria dos músculos importantes abaixo do nível neurológico tem uma gradação de 3 ou mais.
e) Normal: a função motora e sensitiva esta normal.
    
          Riscos do traumatismo
         Os riscos estão diretamente relacionados com o grau de extensão, intensidade e gravidade da lesão. Porém, nos TRM, existe um outro aspecto que é crucial em relação aos riscos. Quanto mais cranial (alta) for a lesão mais grave será o quadro neurológico, porque a medula espinhal é a continuação do nosso cérebro, e é dela que partem as raízes nervosas que vão dar motricidade e sensibilidade do nosso corpo (do pescoço para baixo).


           Sequelas:
            Apresentam-se após a lesão medular. Dependem do nível da coluna que foi afetado, bem como a área da coluna vertebral afetada.

            Dentre as variáveis podemos citar as seguintes seqüelas: 
·         Choque medular: Ausência total da sensibilidade, motricidade e reflexos abaixo do nível da lesão com extensão variável de tempo, dependendo muito das particularidades de cada lesão, bem como da recuperação o do paciente. Na grande maioria dos casos essa situação acontece após 24 a 48 horas após lesão e pode permanecer por semanas e até poucos meses.)
·         Alterações do movimento e da sensibilidade; 
·          Alterações vesicais; 
·          Respiratórias;
·          Intestinais; 
·          Vasculares;
·          Sexuais e; 
·          Psicológicas.

      Síndromes medulares:

SÍNDROME DA MEDULA CENTRAL: Lesão que ocorre quase exclusivamente na região cervical, com preservação da sensibilidade sacral e maior debilidade dos membros superiores que nos membros inferiores.

SÍNDROME DA MEDULA ANTERIOR: Lesão que produz perda da função motora e da sensibilidade a dor e a temperatura, preservando a propriocepção.

SÍNDROME DE BROWN-SÉQUARD: Lesão que produz maior perda motora e proprioceptiva ipsilateral e perda da sensibilidade contralateral da dor e da temperatura.

SÍNDROME DA MEDULA POSTERIOR: Função motora, sensibilidade à dor e tato estão presevadas, porém a propriocepção está alterada.

SÍNDROME DO CONE MEDULAR: Lesão da medula sacral (cone) e das raízes lombares dentro do canal que usualmente resulta em arreflexia de bexiga, intestino e membros inferiores. Os segmentos sacros poderiam ocasionalmente mostrar reflexos preservados, por exemplo, o bulbocavernoso e os reflexos miccionais.

LESÃO DA CAUDA EQÜINA: Lesão das raízes nervosas lombossacras dentro do canal neural resulta em arreflexia de bexiga, intestino e membros inferiores.
   
          Formas de tratamento
          Diante de um trauma, o tratamento de indivíduos com TRM se inicia no local do acidente. A imobilização do pescoço e coluna, bem como o transporte do paciente sobre pranchas rígidas devem ser sempre realizados. O agravamento da condição neurológica pode ocorrer se, no local do trauma, as medidas básicas de atendimento forem negligenciadas. Isso é chamado "segundo trauma". Na verdade, esta lesão foi decorrente da imperícia do tratamento, e poderia ter sido facilmente evitada.
      O tratamento cirúrgico dos TRM é bastante específico, onde cada lesão necessita de um procedimento diferenciado. Atualmente apesar de todos os avanços da medicina, o tratamento cirúrgico se limita à tentativa de restauração da anatomia óssea da coluna vertebral, evitando a compressão do tecido nervoso. A medula espinhal deve estar livre de qualquer compressão que possa existir sobre ela. Materiais (placas, hastes, parafusos, etc) feitos a partir de ligas metálicas de última geração - por exemplo, titânio - são usados com o objetivo de promover estabilização do eixo de sustentação do corpo.


Fisioterapia & Reabilitação:
A Fisioterapia torna-se relevante para o lesado raquimedular desde a fase de hospitalização, com seguimento após a alta hospitalar, para melhorar as condições físicas, prevenir deformidades e promover a independência funcional dos pacientes. O exercício físico promove efeitos fisiológicos benéficos com o aumento do fluxo sangüíneo, a melhor distribuição do oxigênio na interface célula-capilar e gera mudanças significativas no sistema cardiovascular pelo aprimoramento do sistema de transporte, da extração e da utilização do oxigênio, enquanto que no sistema respiratório melhora a função pulmonar com o aumento do volume corrente, da capacidade pulmonar e da capacidade de difusão. Benefícios psicológicos também ocorrem e promovem sensação de bem-estar, melhoram a auto estima e a qualidade de vida.



Fonte: