Sempre tentei entender sobre o que os pais de crianças especiais passam ou pensam sobre a vida...
Só quem convive diariamente sabe quanto esforço e dedicação são direcionados...
Meu olhar sobre tudo isso sempre foi do lado do terapeuta. Como fisioterapeuta, atuando a mais de 5 anos em APAE, clínicas, hospitais, UTI´s, domicilar, posso dizer que já "viajei" por esse caminho...
É inegável que a chegada de uma criança muda a vida de qualquer pessoa... A chegada de uma criança especial é ainda mais intrigante! Dúvidas, medo anseios, risos e lágrimas... tudo se mistura nesta grande "viagem" da vida!!!
Falando em "viagem", hoje cedo, tive a grata surpresa de ler este texto, e gostaria de colaborar e contribuir com todos!
Bem vindos à Holanda
"Muitas vezes me pediram para descrever a experiência de educar uma criança com deficiência com o intuito de tentar ajudar as pessoas a compreenderem o que é esse tipo de vivência.
É assim. Ter um bebê é como se fosse planejar uma fantástica e excitante viagem de férias para a Itália. Você compra livros, roupas, faz planos maravilhosos. Sonha com os momentos incríveis que irá pasar em locais como o Coliseu, passear nas gôndolas de Veneza, visistar a Capela Sistina e ver as pinturas de Michelangelo. Até ensaia algumas frases em italiano.
Nove meses de ansiosa espera e chega o momento da viagem. Você pega suas malas, avisa a família e vai para o aeroporto. Depois de algumas horas de vôo, o avião aterrisa suavemente e a aeromoça diz:
_Bem vindos à Holanda!
- Holanda? O que é isso? Eu não comprei passagem para a Holanda!
- Houve uma mudança no plano do vôo. Aqui é a Holanda e é aqui que você vai ficar.
Você logo percebe que é um lugar diferente e deve logo sair e procurar comprar novos guias que lhe ajudarão. Vem em seguida a necessidade de aprender uma nova língua com urgência.
Consequentemente, você irá encontrar também um novo grupo de pessoas. É um lugar diferente,mais lento e menos vistoso do que a Itália. Mas depois de permanecer um pouco no local, você se acalma, respira fundo, dá uma olhada ao redor e descobre encantada que a Holanda tem lindos moinhos de vento, que a Holanda tem campos de tulipa.
Mas todos os seus conhecidos estão ocupados indo e vindo para a Itália, e todos se gabando da diversão que usufruem. E pelo resto da sua vida você vai dizer:
- É para onde eu queria ter ido. Foi o lugar que eu planejei.
Para alguns essa perda nunca vai passar. Porque para eles a perda de um sonho é realmente muito significante.
Mas se você passar sua vida lastimando o fato de não ter ido à Itália, você pode nunca se sentir livre para apreciar as coisas adoráveis e delicadas da Holanda."
(Emily Kingsley*)
* Escritora .
Seu filho Jason Kingsley nasceu com Síndrome de Down em 1974.
Em 1987 Kingsley escreveu " Bem-vindo á Holanda ", uma peça amplamente publicada e traduzida que compara a experiência de criar um filho com necessidades especiais, com uma viagem para a Holanda.
Primeiramente, gostaria de agradecer a sua visita! O objetivo principal deste instrumento, é que seja um aliado para troca de informações, bem como divulgação de conhecimentos relacionados á Fisioterapia Neurofuncional e áreas afins. Fiquem a vontade para escrever, fazer críticas, sugestões, ou mesmo entrar em contato. Obrigado! Gustavo Denti
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
A PROPRIOCEPÇÃO
Segundo Guyton e
Hall, sensações proprioceptivas são aquelas que se relacionam com o estado
físico do corpo, incluindo as sensações de posição, as sensações provenientes
dos tendões e dos músculos, as sensações da sola dos pés e até mesmo as
sensações de equilíbrio.
Quando somos crianças, aprendemos
que temos cinco sentidos: visão, audição, olfato, tato e gustação. Há
entretanto outros sentidos muito importantes que não estão incluídos nesta
lista.
Consciência da posição do corpo, ou “propriocepção” é um desses sentidos.Propriocepção é o sentido que faz com que nosso cérebro desenvolva um mapa interno do corpo de modo que possamos fazer atividades sem precisar monitorar tudo visualmente o tempo todo. A maioria das pessoas ignora a existência desse sentido. Isso é um problema particularmente sério quando ele não funciona bem. Se nem ao menos temos consciência de que o sentido existe, é muito difícil entender problemas relacionados a ele.
Consciência da posição do corpo, ou “propriocepção” é um desses sentidos.Propriocepção é o sentido que faz com que nosso cérebro desenvolva um mapa interno do corpo de modo que possamos fazer atividades sem precisar monitorar tudo visualmente o tempo todo. A maioria das pessoas ignora a existência desse sentido. Isso é um problema particularmente sério quando ele não funciona bem. Se nem ao menos temos consciência de que o sentido existe, é muito difícil entender problemas relacionados a ele.
COMO FUNCIONA
Possuimos em nosso corpo,
estruturas celulares denominadas Receptores Sensoriais.
A principal função dos receptores sensoriais é INFORMAR ao SISTEMA NERVOSO CENTRAL sobre o estado interno de estruturas orgânicas e do ambiente externo. São eles que definem o que chamamos de sentidos (visão, audição,sensibilidade corporal, olfação, gustação). Porém um único receptor não é capaz de identificar sozinho os diferentes estímulos que nos bombardeiam a cada instante. Desta forma contamos com diferentes tipos receptores sensoriais, cada um com características próprias que permitem que ele "sinta" diferentes estímulos. Podemos classificar os receptores sensoriais de acordo com a sua função (mecanoceptores, termoceptores, fotoceptores, quimioceptores e nociceptores). Além da classificação funcional, podemos também classificá-los de acordo com a sua localização anatômica: exteroceptor, interoceptor e proprioceptor (esta última classe é a que nos interessa no momento).
A principal função dos receptores sensoriais é INFORMAR ao SISTEMA NERVOSO CENTRAL sobre o estado interno de estruturas orgânicas e do ambiente externo. São eles que definem o que chamamos de sentidos (visão, audição,sensibilidade corporal, olfação, gustação). Porém um único receptor não é capaz de identificar sozinho os diferentes estímulos que nos bombardeiam a cada instante. Desta forma contamos com diferentes tipos receptores sensoriais, cada um com características próprias que permitem que ele "sinta" diferentes estímulos. Podemos classificar os receptores sensoriais de acordo com a sua função (mecanoceptores, termoceptores, fotoceptores, quimioceptores e nociceptores). Além da classificação funcional, podemos também classificá-los de acordo com a sua localização anatômica: exteroceptor, interoceptor e proprioceptor (esta última classe é a que nos interessa no momento).
PROPRIOCEPTORES
São receptores
que se localizam mais profundamente nos músculos, aponeuroses, tendões,
ligamentos, articulações e no labirinto cuja função reflexa é locomotora ou
postural. Podem gerar impulsos nervosos, conscientes ou inconscientes.
a. Propriocepção consciente: atingem o córtex cerebral
e permitem que, mesmo de olhos fechados, se tenha a percepção do próprio corpo,
seus segmentos, da atividade muscular e do movimento das articulações. Sendo
portanto responsáveis pelo sentido de posição e de movimento (cinestesia).
b. Propriocepção inconsciente: Os impulsos nervosos proprioceptivos inconscientes não despertam
nenhuma sensação; são utilizados pelo sistema nervoso central para regular a
atividade muscular, através do reflexo miotático (arco reflexo) ou dos vários
centros envolvidos com a atividade motora, como o cerebelo.
Os proprioceptores são essenciais para informar ao nosso cérebro a
noção de posição dos membros, e por sua vez, esta informação de posicionamento
corporal é essencial para o controle dos movimentos.
Assim
como nossos olhos e ouvidos mandam informação sobre o que vemos e ouvimos para
o cérebro, partes dos nossos músculos e articulações percebem a posição do
nosso corpo e mandam essa informação para o cérebro. Dependemos dessa informação
para saber exatamente onde as partes do nosso corpo estão e para planejar movimentos.
Quando o sentido de propriocepção funciona bem, constantemente fazemos ajustes automáticos em nossa posição. Este sentido nos ajuda a manter posição adequada em uma cadeira, segurar utensílios tais como uma caneta ou garfo de maneira adequada, julgar como manobrar no espaço de modo a não bater nas coisas, a que distância temos de estar das pessoas para não ficar perto demais, quanta pressão colocar para evitar quebrar um lápis ou um brinquedo e a mudar as ações que não foram bem sucedidas tais como jogar uma bola em um alvo ou corrigir um mergulho que virou uma barrigada.
Quando o sentido de propriocepção funciona bem, constantemente fazemos ajustes automáticos em nossa posição. Este sentido nos ajuda a manter posição adequada em uma cadeira, segurar utensílios tais como uma caneta ou garfo de maneira adequada, julgar como manobrar no espaço de modo a não bater nas coisas, a que distância temos de estar das pessoas para não ficar perto demais, quanta pressão colocar para evitar quebrar um lápis ou um brinquedo e a mudar as ações que não foram bem sucedidas tais como jogar uma bola em um alvo ou corrigir um mergulho que virou uma barrigada.
PROBLEMAS NA
PROPRIOCEPÇÃO
Como a propriocepção nos ajuda
com funções tão básicas, um problema nesse sistema pode nos causar bastante
dificuldade. O que geralmente acontece é que o indivíduo necessita prestar atenção em
coisas que deveriam acontecer automaticamente. Também pode ter de usar visão
para “descobrir” como fazer os ajustes. Isso pode necessitar muita energia.
Estas alterações podem gerar frustrações, alterações posturais e até
mesmo medo na execução de simples tarefas, como por exemplo, caminhar em
ambiente escuro, equilibrar-se dentro de um ônibus em movimento, descer ou subir
escadas.
Em lesões articulares e/ou
ligamentares, os receptores proprioceptivos também são danificados, o que
significa que a informação que é normalmente enviado para o cérebro fica
prejudicada. Nestes casos, haverá uma dificuldade na capacidade proprioceptiva
do indivíduo. Isto pode deixar a pessoa propensa a se lesionar novamente, ou
diminuir a sua coordenação durante o esporte.
O treino proprioceptivo pode ser aplicado utilizando superfícies instáveis. Esta instabilidade fornece ao organismo constantes oportunidades para avaliar a sua orientação no espaço, desenvolvendo e treinando a consciência corporal. Uma melhora na reposta proprioceptiva proporciona ao corpo com maior equilíbrio e estabilidade.
Existem ainda outras
modalidades que podem ser extremamente úteis no treinamento proprioceptivo: Pilates, equoterapia, treinamento funcional, dentre outros.
O treinamento proprioceptivo possibilita estimular
capacidades não desenvolvidas de forma específica pelos exercícios tradicionais
e ainda nos auxilia no ganho de repertório de padrões de postura, equilíbrio e movimento;
favorecendo o organismo a se adaptar e responder rapidamente à novas experiências,
diminuindo os riscos de ações inesperadas que possam se transformar em lesões.
PREVENIR SEMPRE!
Referências:
GUYTON, Arthur C;
HALL, John E. (John Edward). Tratado de fisiologia médica.11.
ed. Rio de Janeiro : Saunders Elsevier, c2006. xxxvi, 1115 p, il.
Imagens: www.google.com.brvídeos: www.youtube.com
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