domingo, 17 de outubro de 2010

"Em defesa da APAE"

TEXTO PUBLICADO NO JORNAL DE SANTA CATARINA - 16 E 17 DE OUTUBRO DE 2010

EM DEFESA DA APAE

"Encerrado o debate sucessório estadual, um tema prioritário da agenda política do Vale do Itajaí é a revisão do corte de verbas para a Apae. A redução no repasse de recursos ameaça a continuidade do atendimento em diferentes unidades da região e expõe os usuários do serviço ao risco da falta de assistência sanitária. Em Blumenau, as transferências baixaram de R$ 88 mil para apenas R$ 15 mil por mês, valor insuficiente para a manutenção dos 78 mil atendimentos clínicos prestados a mais de 450 pacientes. Até o momento, o déficit nas contas da associação se situa em torno de R$ 400 mil. As consequências para o futuro da Apae são previsíveis.
A redução no valor dos repasses ocorreu devido a uma nova interpretação do governo do Estado a respeito de uma portaria do Ministério da Saúde sobre a forma de distribuição dos recursos. Simplificando a decisão, o que ocorreu foi o seguinte: antes as verbas vinham diretamente de Brasília para Blumenau, agora as transferências fazem uma escala técnica em Florianópolis. O problema é que lá se decidiu que o dinheiro que antes atendia a 30 Apaes de Santa Catarina agora se reparte entre 98 associações. Em síntese: ao invés de se buscar o incremento dos depósitos, aumentou-se o número de fatias de uma pizza que ficou do mesmo tamanho. Sobrou pra Blumenau, que abriga a maior unidade do Estado e oferece um atendimento que serve de referência para as demais instituições. A equipe multiprofissional oferece serviços de psiquiatria, fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional, pedagogia, nutrição e odontologia. Com o corte nos repasses, os serviços serão interrompidos. A pergunta, portanto, é esta: a quem vão recorrer as famílias atendidas pela Apae, se a rede pública de saúde não tem condições de assumir mais esses serviços?
O esvaziamento das atividades da Apae, efetivamente, representa uma sobrecarga à estrutura oficial do Estado, deixando desassistidos os usuários atualmente atendidos pela associação. A entidade não tem capacidade financeira para manter a atual equipe técnica e vê, assim, ruir um projeto que ao longo dos últimos anos estruturou um corpo de especialistas altamente gabaritado em diferentes áreas da saúde mental. Espero que os representantes que a região elegeu para a Assembleia Legislativa se empenhem na revisão das decisões do governo do Estado, sob pena de serem cúmplices de um lastimável retrocesso para a saúde pública no Vale do Itajaí."  (Clóvis Reis)

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,183,3076667,15703

CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE A APAE DE BLUMENAU:

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

HIDROCEFALIA

O que é Hidrocefalia?
Hidrocefalia vem do grego: hidro significa água, céfalo cabeça. Hidrocefalia é um acúmulo anormal de líquido (Líquido Cefalo-Raquidiano, liquor ou LCR) em áreas específicas do cérebro chamadas de ventrículos. O fluído cérebro espinhal é produzido nos ventrículos, circula através do sistema ventricular e é absorvido na corrente sangüínea. O fluído cérebro espinhal está em constante circulação e tem muitas funções importantes. Ele envolve o cérebro e a medula espinhal agindo como uma almofada de proteção contra ferimentos. O fluído cérebro espinhal contém nutrientes e proteínas que são necessárias para a nutrição e funcionamento normal do cérebro. Ele também carrega produtos eliminados dos tecidos adjacentes. Hidrocefalia ocorre quando há um desequilíbrio entre o montante de fluído cérebro espinhal que é produzido e a quantidade que é absorvido. Por aumentar a quantidade de fluído cérebro espinhal, os ventrículos se dilatam e a pressão dentro da cabeça aumenta.


O que causa Hidrocefalia?
Basicamente há dois tipos de hidrocefalia: as congênitas e as adquiridas. “Nas congênitas (presente no nascimento), a dilatação das cavidades já está presente ao nascimento e ocorre por má-formação da medula espinhal, obstrução dos canais onde circulam o líquor, entre outros fatores genéticos ou ambientais – esse último, ainda sem grandes comprovações científicas. No caso das hidrocefalias adquiridas as principais causas são traumas, tumores, Espinha Bífida,cistos. meningites e hemorragias do encéfalo, e podem acontecer em qualquer faixa etária”. A hidrocefalia atinge, no mundo, cerca de uma em cada 500 crianças nascidas.

Como a Hidrocefalia é tratada?
Não há modo conhecido para prevenir ou curar Hidrocefalia. Atualmente, o tratamento mais eficaz é a inserção cirúrgica de uma válvula. Um catéter, que é um tubo flexível colocado no sistema ventricular do cérebro, direciona o fluxo de fluído cérebro espinhal para outra parte do corpo, normalmente a cavidade abdominal ou uma câmara do coração, onde ele é absorvido.
tratamento para a hidrocefalia é medicamentoso podendo muitas vezes ser cirúrgico, o qual tem obtido resultados significativos com o uso de Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP ou válvula) com o objetivo de drenar o LCR em excesso nos ventrículos para outras cavidades corporais anulando a pressão causada pelo aumento ventricular. A válvula conjugada ao catéter mantém o fluído cérebro espinhal numa pressão normal dentro dos ventrículos. Este procedimento é executado por um neurocirurgião.
Embora também possa ser feita drenando o líquor para o átrio direito ou através de terceiro ventriculo, a forma mais utilizada é a derivação ventrículo-peritoneal (cavidade do abdomen) . Foram encontradas significantes diminuições na mortalidade e da morbidade em crianças hidrocéfalas após a introdução da válvula.
Podem ocorrer defeitos ou mesmo infecção na válvula por isso os familiares devem ser avisados e estarem atentos a possíveis problemas ocasionados pelas válvulas para que o quanto antes se tomem as devidas providências.
A Fisioterapia neuropediátrica tem obtido sucesso na reabilitação, dentro das capacidades de cada paciente, na hidrocefalia com objetivo de ganhar controle de cabeça e tronco, de membros superiores e nas atividades de vida diária (AVD) bem como na prevenção de contratura, problemas respiratórios e complicações que possam vir da própŕia doença.

Quais os efeitos da Hidrocefalia?
Desde o advento da válvula, cerca de vinte e cinco anos atrás, o prognóstico para a maioria das crianças com Hidrocefalia é otimista. Algumas crianças com Hidrocefalia terão inteligência abaixo do normal, incapacidade física e uma variedade de outros problemas médicos. Defeitos na válvula e infecções, atraso no desenvolvimento, incapacidade de aprendizado e problemas visuais não são incomuns. Os familiares precisam estar prevenidos das complexidades da Hidrocefalia ao longo da vida para assegurar que suas crianças recebam amplos cuidados e serviços de intervenção e terapia apropriados.

Fonte:
http://fgbezerra.sites.uol.com.br/hidro.htm#Causa
http://www.copacabanarunners.net/hidrocefalia.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrocefalia

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Paralisia Cerebral (PC)



Litlle, em 1843, descreveu, pela primeira vez, a encefalopatia crônica da infância, e a definiu como patologia ligada a diferentes causas e característi-cas, principalmente por rigidez muscular.
Me 1862, estabeleceu a relação entre esse quadro e o parto anormal.
Freud, em 1897, sugeriu a expressão paralisia cerebral (PC), que, mais tarde, foi consagrada por Phelps, ao se referir a um grupo de crianças que a-presentavam transtornos motores mais ou menos severos devido à lesão do sistema nervoso central, semelhantes ou não aos transtornos motores da Sín-drome de Little.
A paralisia cerebral designa um grupo de afecções do SNC da infância que não têm caráter progressivo (“não piora com a idade”) e que apresenta clinicamente distúrbios da motricidade, isto é, alterações do movimento, da postura, do equilíbrio, da coordenação com presença variável de movimentos involuntários.
A definição mais adotada pelos especialistas é de 1964 e caracteriza a PC como "um distúrbio permanente, embora não invariável, do movimento e da postura, devido a defeito ou lesão não progressiva do cérebro no começo da vida."
A paralisia cerebral (PC) é caracterizada por uma alteração dos movimen-tos controlados ou posturais dos pacientes, aparecendo cedo, sendo secundá-ria a uma lesão, danificação ou disfunção do sistema nervoso central (SNC) e não é reconhecido como resultado de uma doença cerebral progressiva ou degenerativa. O evento lesivo pode ocorrer no período pré, peri ou pós-natal (antes, durante ou após o parto, sendo ainda na infância).
As encefalopatias crônicas da infância incluem numerosas afecções com várias etiologias e quadros clínicos diversos tendo em comum o fato de afeta-rem o sistema nervoso central das crianças com um caráter crônico. Um sub-grupo de pacientes é formado por afecções de caráter progressivo que vão se agravando lenta ou rapidamente, e outro subgrupo apresenta caráter não pro-gressivo e tendência à regressão (recuperação) espontânea, maior ou menor, à medida que o tempo vai passando.
Embora o desenvolvimento da criança normal seja a base sobre a qual o desenvolvimento anormal é avaliado, disto não decorre que a avaliação e o tratamento devam depender de uma aderência estrita aos estágios de desen-volvimento normal. Mesmo crianças normais mostram muitas variações das seqüelas de desenvolvimento normal e dos padrões de desenvolvimento esta-belecidos para a criança média. A criança com paralisia cerebral mostrará vari-ações adicionais em virtude das dificuldades neurológicas e mecânicas.

INCIDÊNCIA
A incidência das moderadas e severas está entre 1,5 e 2,5 por 1000 nasci-dos vivos nos países desenvolvidos; mas há relatos de incidência geral, inclu-indo todas as formas de 7:1000. Nestes países, calcula-se que em relação à crianças em idade escolar freqüentando centros de reabilitação, a prevalência seja de 2/1000.
Na Inglaterra admite-se a existência de 1,5/1000 pacientes. No Brasil não há estudos conclusivos a respeito e a incidência depende do critério diagnósti-co de cada estudo, sendo assim, presume-se uma incidência elevada devido aos poucos cuidados com as gestantes.
Nos EUA, admite-se a existência de 550 a 600 mil pacientes sendo que há um aumento de 20 mil novos casos a cada ano.
Segundo Salter (1985), há muitas causas de paralisia cerebral; e qualquer condição que leve a uma anormalidade do cérebro pode ser responsável. As causas mais comuns são: desenvolvimento congênito anormal do cérebro, particularmente do cerebelo; anóxia (falta de oxigênio) cerebral perinatal (durante o parto), especialmente quando associada com prematuridade; lesão traumática do cérebro, no nascimento, geralmente decorrente de trabalho de parto prolongado, ou uso de fórceps; eritroblastose por incompatibilidade Rh; infecções cerebrais (encefalite) na fase inicial do período pós-natal.
Entretanto, como a paralisia cerebral é raramente diagnosticada até pelo menos vários meses após o nascimento, a causa precisa da lesão cerebral numa criança é freqüentemente especulativa.

TIPOS DE PC
As crianças com PC têm como principal característica o comprometimento motor, que influencia no seu desempenho funcional. De acordo com Sch-wartzman (1993) e Souza & Ferraretto (1998), a PC pode ser classificada por dois critérios:
1.Tipo de disfunção motora presente (o quadro clínico resultante):
a) extrapiramidal ou discinético( distúrbios do movimento) sendo os descritos abaixo: a1) atetóide: é o fluxo contínuo de movimentos lentos, sinuosos, de contorção, geralmente nas mãos e nos pés. A coréia e a atetose podem o-correr simultaneamente (coreoatetose).
a2) coréico: consiste em movimentos involuntários, breves, es-pasmóticos, como movimentos de dança, que começam em uma parte do cor-po e passam a outra de forma brusca e inesperada e, freqüentemente, de mo-do contínuo.
a3) distônico: contrações musculares involuntárias, contínuas, repetidas e lentas podem causar “congelamento” no meio de uma ação, assim como movimentos de rotação ou de torção do tronco, do corpo inteiro ou de segmentos do corpo.
b) atáxico: significa a perda de coordenação dos movimentos musculares voluntários, é um sintoma que faz parte do quadro clínico de numerosas doen-ças que comprometem o sistema nervoso. A perda de coordenação pode afetar os membros, a fala, os movimentos dos olhos ou de outras regiões do corpo. Os sintomas geralmente decorrem de disfunções do cerebelo (parte do cérebro responsável pela coordenação motora), lesões na medula espinhal, neuropatia periférica ou de uma combinação desses fatores.
c) misto: É a associação das manifestações anteriores, correspondendo, geralmente, ao encontro de movimentos distônicos e córeo-atetóides ou à combinação de ataxia com plegia (sobretudo diplegia).
d) espástico: é a rigidez muscular que dificulta ou impossibilita o movimento, em especial dos braços e das pernas. Acontece quando se verifica uma lesão numa parte do sistema nervoso central que controla os movimentos voluntários. Cerca de 75% dos pacientes doentes com paralisia cerebral apresentam padrão espástico.

2. Topografia dos prejuízos (localização do corpo afetado):
a) quadriplegia: Ocorrem de 9 a 43% dos pacientes. O paciente apresenta os quatro membros (braços e pernas) acometidos de maneira homogênea. Ocorrem lesões difusas bilateral, podendo acarretar em hipomimia (di-minuição ou ausência da expressão mímica, tanto em gestos como em movi-mentos que acompanham em certos transtornos psicopatológicos), disfagia (dificuldade em deglutir) e disartria (má coordenação dos músculos da fala), podendo ocorrer ainda microcefalia (o tamanho da cabeça é menor do que o tamanho típico para a idade do feto ou criança), deficiência mental e epilepsia (A epilepsia é um distúrbio de origem cerebral causado pela predisposição a gerar crises epilépticas)
b) monoplegia: Ocorrência mais rara, caracteriza-se pelo comprometimen-to de um só membro do corpo. O diagnóstico de monoplegia indica o compro-metimento mais sério de um membro
c) diplegia:
Ocorre em 10 a 30 % dos pacientes, sendo a forma mais en-contrada em prematuros. Trata-se de um comprometimento onde os 4 mem-bros estão afetados, porém os membros inferiores mais afetados do que os superiores. Comumente evidenciando uma acentuada hipertonia dos adutores (músculos região interna da “coxa”), que configura em alguns doentes o aspecto semiológico denominado síndrome de Little (postura com cruzamento dos membros inferiores e marcha "em tesoura"). Há diferentes gradações quanto à intensidade do distúrbio, podendo ser pouco afetado (tendo recuperação e bom prognóstico _ adaptam-se à vida diária); enquanto outros evoluem mal com graves limitações funcionais. Os dados semiológicos são muito variáveis. No 1º ano de vida, a criança apresenta-se hipotônica, evoluindo gradativamente para uma outra fase em que se observa um quadro de distonia (alteração do tônus) intermitente, com tendência ao opistótono (Posição do corpo em que a cabeça, o pescoço e a coluna vertebral formam um arco côncavo para trás, apoiando-se o doente na cabeça e nos calcanhares. Resulta da contração sustentada dos músculos posteriores do pescoço e do tronco,) quando estimulada. Nos casos mais graves a criança pode permanecer num destes estágios por toda a sua vida, porém geralmente passa a exibir hipertonia espástica, inicialmente extensora e, finalmente, com graves retrações semiflexoras.
d) hemiplegia: É a manifestação mais freqüente, afetando um lado do cor-po (hemicorpo) com maior comprometimento do membro superior; acom-panha-se de sinais como espasticidade , hiper-reflexia O paciente assume atitude em semiflexão do membro superior, permanecendo o membro inferior hiperestendido e aduzido, e o pé em postura eqüinovara. É comum hipotrofia dos segmentos acometidos, sendo também possível a ocorrência de outras hemi-hipoestesia(Diminuição da sensibilidade de uma metade do corpo) ou hemianopsia (Défici visual de um lado).

DISTÚRBIOS ASSOCIADOS
Além do distúrbio motor, o quadro clínico pode incluir também outras manifestações acessórias com freqüência variável:
1.Deficiência mental: Ocorre de 30 a 70% dos pacientes. Está mais asso-ciada às formas tetraplégicas, diplégicas ou mistas;
2. Epilepsia: Varia de 25 a 35% dos casos, ocorrendo mais associado com a forma hemiplégica ou tetraplégica;
3. Distúrbios da linguagem;
4. Distúrbios visuais : Pode ocorrer perda da acuidade visual ou dos mo-vimentos oculares (estrabismo);
5. Distúrbios do comportamento : São mais comuns nas crianças com inteligência normal ou limítrofe, que se sentem frustradas pela sua limitação motora, quadro agravado em alguns casos pela super proteção ou rejeição familiar;
6. Distúrbios ortopédicos: Mesmo nos pacientes submetidos à reabilita-ção bem orientada, são comuns retrações fibrotendíneas – encurtamentos musculares (50%) cifoescoliose (15%), "coxa valga"(5%) e deformidades nos pés, luxações de quadril, etc...

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de PC usualmente envolve retardo ou atraso no desenvolvi-mento motor, persistência de reflexos primitivos, presença de reflexos anor-mais, e o fracasso do desenvolvimento dos reflexos protetores, tal como a res-posta de pára-quedas, caracterizada pela extensão dos braços como se a cri-ança fosse apoiar-se e com isso apoio do corpo sobre os braços.
De acordo com a intensidade e a natureza das anormalidades neurológi-cas, um eletroencefalograma (EEG) e tomografia computadorizada (TC) ini-ciais podem estar indicados para determinar a localização e extensão das lesões estruturais ou malformações congênitas associadas. Exames adicio-nais podem incluir testes das funções auditiva e visual. Como a Paralisia Cerebral geralmente está associada a um amplo espectro de distúrbios do de-senvolvimento, uma abordagem multidisciplinar é mais benéfica na avaliação e tratamento dessas crianças.

TRATAMENTO

O Tratamento medicamentoso limita-se, em geral, ao uso de anticonvulsi-vantes, quando necessários e mais raramente medicamentos psiquiátricos para tentar o controle dos distúrbios afetivo-emocionais e da agitação psi-comotora ligada à deficiência mental, e medicamentos para controlar a es-pasticidade.
A fisioterapia exerce um papel muito importante na reabilitação dos porta-dores de PC. O principal objetivo da fisioterapia consiste na inibição da ativida-de reflexa anormal para normalizar o tônus muscular e facilitar o movimento normal, com isso haverá uma melhora da força, da flexibilidade, da amplitude de movimento (ADM), dos padrões de movimento e, em geral, das capacidades motoras básicas para a mobilidade funcional. As metas de um programa de reabilitação são reduzir a incapacidade e otimizar a função.
Outros profissionais como psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas, entre outros; exercem papel muito importante na reabilitação de portadores de PC. Todos juntos, formam uma equipe multi-disciplinar, visando a melhora do quadro clínico, maior independência funcio-nal, melhora da auto-estima, entre outros benefícios
O tratamento deve ser o mais precoce possível. Se a criança ainda for muito pequena, tendo movimentos mais primários que anormais, podemos auxiliá-la a estabelecer os esquemas mais fundamentais de um modo quase normal seguido tão de perto quanto possível às etapas do desenvolvimento motor da criança normal.
É de extrema importância que os pais e familiares estejam sempre aten-tos ao desenvolvimento motor de seus filhos. Estas etapas do desenvolvimen-to, que são amplamente divulgados na literatura, internet, entre outros meios, não são regras! São apenas norteadores!
Pequenos atrasos no desenvolvimento podem ocorrer, mas a qualquer sinal de anormalidade ou dúvida, procurem o pediatra de seu filho ou um pro-fissional adequado.

Fonte:
http://www.educacaofisica.com.br/glossario_mostrar.asp?id=323
http://www.epilepsiabrasil.org.br/
http://www.unifesp.br/dneuro/neurociencias/vol12_1/paralisia_cerebral.htm
http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/10/glo_id/9003/menu/2/
http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/2560/
http://www.informacao.srv.br/cpb/htmls/paginas/projeto/monoplegia.html
http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_06/cap_067.html
http://genoma.ib.usp.br/pesquisas/doencas_ataxias-progressivas.php

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sindrome de Down


1. HISTÓRICO
A Síndrome de Down foi descrita em 1866 por John Langdon Down. Este médico inglês descreveu as características da Síndrome, que acabou sendo batizada com o seu nome. Em 1959, Jerôme Lejeune descobriu que a causa da Síndrome de Down era genética, pois até então a literatura relatava apenas as características que indicavam a Síndrome.

2. ALTERAÇÃO GENÉTICA
A Síndrome de Down é um acidente genético, que ocorre ao acaso durante a divisão celular do embrião. Na célula normal da espécie humana existem 46 cromossomos divididos em 23 pares. O indivíduo com Síndrome de Down possui 47 cromossomos, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21. Esta alteração genética pode ser apresentar de 3 formas:

Trissomia 21 padrão
Cariótipo: 47XX ou 47XY (+21)
Indivíduo apresneta 47 cromossomos em todas as duas células, tendo no par 21 três cromossomos. Ocorre em aproximadamente 95% dos casos.
Trissomia por translocação
Cariótipo: 46XX (t 14;21) ou 46XY (t 14;21)
O indivíduo apresenta 46 cromossomos e o cromossomo 21 extra está aderido a um outro par, em geral o 14. Ocorre em aproximadamente 3% dos casos.
Mosaicismo
Cariótipo: 46XX/47XX ou 46XY/47XY (+21)
O indivíduo aprsenta uma mistura de células normais (46 cromossomos) e células trissômicas (47 cromossomos). Ocorre em aproximadamente 2% dos casos.

3. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico, em geral, é feito pelo pediatra ou médico que recebe a criança logo após o parto, considerando as características fenotípicas peculiares à Síndrome. A confirmação é dada pelo exame do cariótipo (análise citogenética).As características fenotípicas mais comuns são: hipotonia muscular generalizada; fenda palpebral oblíqua; prega palmar transversa única; face achatada; ponte deprimida; orelhas com baixa implantação; entre outras.

4. INCIDÊNCIA
O nascimento de uma criança com Síndrome de Down é mais freqüente conforme aumenta a idade materna. Quando a mãe tem idade entre 20-24 anos, o risco é de 1/1490, enquanto com 40 anos é de 1/106 e com idade de 49 anos de 1/11. Porém, qualquer pessoa está sujeita a ter um filho com esta Síndrome que ocorre ao acaso, sem distinção de raça ou sexo.

5. O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM SINDROME DE DOWN
O desenvolvimento cognitivo de crianças com síndrome de down é bastante variado. Muitas podem ter sucesso na escola, enquanto outras não conseguem acompanhar. Desta forma, é importante avaliar as crianças com síndrome de down individualmente. Crianças com síndrome de down podem ter uma ampla gama de habilidades, mas não é possível predizer suas capacidades ao nascimento. A identificação dos melhores métodos de ensino para cada criança em particular deve começar o mais precocemente possível. Habilidades de linguagem mostram diferença entra compreensão da fala e capacidade de expressão ao falar.
A criança que nasceu com Síndrome de Down vai controlar a cabeça, rolar, sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr, exceto se houver algum comprometimento além da síndrome. Na verdade, quando ela começa a andar, há necessidade ainda de um trabalho específico para o equilíbrio, a postura e a coordenação de movimentos.A seqüência de desenvolvimento da criança com Síndrome de Down geralmente é bastante semelhante à de crianças sem a síndrome e as etapas e os grandes marcos são atingidos, embora em um ritmo mais lento.
A deficiência intelectual está presente no quadro da Síndrome de Down mas os atrasos motores são corrigidos se bem estimulados desde cedo, com um trabalho desenvolvido pela criança de maneira espontânea, criativa e afetiva. Jogos e brincadeiras são instrumentos importantes para ajudar a estimulação da criança e favorecem uma boa relação entre família e a mesma, pois trazem prazer e satisfação.
Uma das características principais da Síndrome de Down, e que afeta diretamente o desenvolvimento psicomotor, é a hipotonia generalizada, presente desde o nascimento. Esta hipotonia origina-se no sistema nervoso central, e afeta toda a musculatura e a parte ligamentar da criança. Com o passar do tempo, a hipotonia tende a diminuir espontaneamente, mas ela permanecerá presente por toda a vida, em graus diferentes. O tônus é uma característica individual, por isso há uma variação entre as crianças com esta síndrome. A criança que nasceu com Síndrome de Down vai controlar a cabeça, rolar, sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr, exceto se houver algum comprometimento além da síndrome. Acontece freqüentemente da criança ter alta da fisioterapia por ocasião dos primeiros passos. Na verdade, quando ela começa a andar, há necessidade ainda de um trabalho específico para o equilíbrio, a postura e a coordenação de movimentos. É essencial que nesta fase, na qual há maior independência motora, a criança tenha espaço para correr e brincar e possa exercitar sua motricidade global. A brincadeira deve estar presente em qualquer proposta de trabalho infantil, pois é a partir dela que a criança explora e internaliza conceitos, sempre aliados inicialmente à movimentação do corpo.

6. MEU(MINHA) FILHO(A) TEM DIAGNÓSTICO D E SÍNDROME DE DOWN, E AGORA?
Hoje os pais que possuem filhos com síndrome de down são orientados a procurarem atendimento de estimulação precoce. O acompanhamento de algumas especialidades, como a fonoaudiologia, a fisioterapia, a terapia ocupacional, a psicologia, dentre outras, é essencial para a orientação aos pais sobre o melhor estímulo a ser dado aos seus filhos e, através de técnicas especializadas, desenvolvem suas potencialidades.

Para tanto, a presença dos pais é essencial para o desenvolvimento efetivo das potencialidades de seus filhos, construindo assim vínculo afetivo com a criança. Se os pais interagem melhor com seus filhos, passam a conhecê-los melhor, suas habilidades, suas fraquezas, seus valores e suas expectativas.


Fonte:





sexta-feira, 14 de maio de 2010

Desenvolvimento Infantil



Caros amigos:
Navegando pela internet, encontram-se diversos assuntos, artigos e descrições relacionadas ao desenvolvimento infantil. Eu encontrei um site muito interessante, onde consta, de maneira sucinta, uma tabela com as etapas do desenvolvimento infantil dos 0 a 5 anos. Antes de apresentar-lhes tal tabela, gostaria de fazer algumas colocações:

1. Todos estas descrições relacionados ao desenvolvimento infantil, devem ser encarados como norteadores (guias) para o desenvolvimento neuro-psico-motor de seus filhos(as), e não como uma regra a ser seguida. Cada criança tem suas particularidades, tem seu organismo próprio, portanto tem seu tempo para se desenvolver.

2. As habilidades motoras que a criança pode adquirir, dependem de uma série de fatores, que interagindo entre eles, despertam na criança todas as suas potencialidades. Quanto melhor estimulado seu filho for, maior serão as suas possibilidades. Não significa que a criança deve ser submetida a estimulação constante, 24h por dia. É preferível uma estimulação de melhor qualidade, nos momentos mais adequados do que estimular-se de qualquer maneira e exageradamente, fazendo a criança irritar-se, ou tornar-se muito agitada.

3. O desenvolvimento neuro-psico-motor é constante e ininterrupto. Comumente, observo que muitos pais demonstram uma certa “ansiedade” que seu filho comece a andar, ou comece a falar as primeiras palavras. Como se ao adquirir estas habilidades a criança já estivesse “pronta”, ou seu desenvolvimento já estivesse encerrado. As habilidades, mesmo após serem adquiridas, vão sendo refinadas, aprimoradas e novas habilidades vão sendo inseridas. A todo o momento a criança está vivenciando novas experiências, novas sensações, observando as atitudes dos mais velhos, sempre explorando o que está a sua volta. Também é válido mencionar que aí se justifica a importância do exemplo que damos aos nossos filhos ou as crianças que estão a nossa volta.

4. Estejam sempre atentos ao desenvolvimento de seus filhos, netos, ou crianças próximas! Sempre que perceberem qualquer irregularidade ,ou tiverem alguma dúvida, consultem um profissional adequado. Existem diversos profissionais que podem prestar auxílio quando for necessário, entre eles: pediatra, fonoaudióloga, fisioterapeuta, pedagoga, psicóloga, psicopedagoga, terapeuta ocupacional, entre outros. Na dúvida, procure o médico de seu (sua) filho(a)!

Abaixo segue link onde encontra-se uma tabela sobre o desenvolvimento infantil, nos aspectos de motricidade, comportamento e fonoaudiologia:

http://www.estimulando.com.br/desenvolvimento.htm

Espero que seja útil!
Um Abraço

Gustavo Denti

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Conceito Neuroevolutivo Bobath


É uma abordagem terapêutica que prioriza a solução de problemas de pacientes com distúrbio do movimento e da função. Cada função desejada deve ser desmembrada e analisada cuidadosamente para conseguir um maior benefício do tratamento do paciente.
Criado entre as décadas de 40 e 50, na Alemanha, pelo casal Karel e Berta Bobath, o Tratamento Neuroevolutivo Bobath baseia-se na utilização de padrões de postura e movimento, atuando em distúrbios de origem neurológica.
Fundamenta-se estimulando os movimentos normais, gerando facilitação motora, inibindo movimentos anormais (patológicos). Visando que o paciente execute os movimentos de maneira ativa, incorporando-os.
O paciente e sua família são tratados e/ou considerados como uma unidade. Os familiares ou pessoas que cuidam do paciente são incluídos na sessão de terapia onde lhes são ensinadas técnicas de posicionamento, transferências, brincadeiras que deverão ser usadas em casa.
Objetivos:
• Ganhar Simetria Corporal
• Trabalhar controle postural / alongamento muscular/ propriocepção
• Favorecer a adequação do tônus
• Gerar senso de independência na criança
• Prevenir deformidades e contraturas
• Melhorar a função motora global
• Inibir movimentos Indesejados
• Estimular o desenvolvimento neuro-psico-motor normal
• Entre outros
Indicação
A terapia por meio do Tratamento Neuroevolutivo Bobath é indicada a todos os pacientes que possuem distúrbios de neurológica, adultos e pediátricos.
Fonte:www.apaesalvador.org.br/materias_especiais/especial-1